quinta-feira, 28 de março de 2013

FATO E CURIOSIDADE: habitantes da antiga Suméria e Babilônia.


"(Prece.) Excite-se! Excite-se! Enrijeça! Enrijeça! Excite-se como um cervo! Enrijeça como um touro selvagem! (...) Faça amor comigo seis vezes como um corço! Sete vezes como um cervo! Doze vezes como um perdigão! (Animais reputados por seu vigor sexual.) Faça amor comigo porque sou jovem! Faça amor comigo porque sou ardente! Faça amor comigo como um cervo! E eu, protegida pelo deus Ningirsu (que deveria ter sobre o presente artigo uma autoridade que não nos é de nenhum outro modo atestada), te acalmarei!"

CALMA, CALMA, CALMA, Pessoal!

O trecho inicial não é nada mais nem nada menos do que uma oração dos habitantes da antiga Suméria e Babilônia.

Bem como o Egito, a Mesopotâmia é o mais antigo país a conhecer e a utilizar a escrita, da qual nos deixou, entre 3000 a.e.c. e o início de nossa era, um monumental amontoado de peças: algo como meio milhão de tabuletas, desde os mais minuciosos cálculos de boticários até as criações mais desenfreadas do imaginário.
Nessa gigantesca confusão, esquadrinhada há mais de um século pelos assiriólogos, foram encontrados, entre outros tesouros, material que nos permitisse ter uma ideia da vida sexual e amorosa dos antiquíssimos habitantes do país onde nasceu, na virada do quarto para o terceiro milênio antes de nossa era, a primeira grande civilização verdadeiramente digna desse nome, complexa e refinada em todos os domínios da existência.

Exceto por algumas restrições (como o no dia 6 do mês de Tashrit ou as mulheres - espécies de sacerdotisas - reservadas aos deuses), não apenas a prática do amor não apresentava o menor problema "de consciência", como também os deuses em pessoa estavam sempre dispostos, por menos que isso lhes fosse solicitado pelos ritos, a contribuir para seu êxito. Resta-nos, assim, um certo número de orações e de exercícios devotos "para (favorecer) o amor de um homem em relação a uma mulher", "de uma mulher em relação a um homem", ou ainda "de um homem em relação a um homem" (embora a simetria esperada, "de uma mulher em relação a uma mulher", não figurasse na lista, sabemos por outras fontes que o amor sáfico não era evidentemente desconhecido); outros, "para seduzir uma mulher"; "para conseguir fazer amor" (literalmente "rir", um desses inúmeros sinônimos imagéticos, presentes em toda linguagem erótica, para designar a união dos sexos); outros, "para o caso em que um homem ainda não tivesse logrado dormir com uma mulher"; outros ainda, "para que uma mulher se deixasse seduzir" etc.

FONTE: O templo de Apolo

O texto inicial deste post se encaixa no rol dessas preces ''por sexo'' dedicadas aos deuses dessa civilização.



By: Juliana Batista

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